Esperança inconstante
A minha esperança é muito voluntariosa.
Vez em quando vai embora, me abandona.
Simplesmente diz que não sou sua dona...
E vira-me as costas sem receio, imperiosa...
A sua ausência o meu espírito enfraquece
E o meu coração desalentado se deprime.
Sua indiferença o meu peito logo oprime
Todo o meu mundo fica triste e escurece.
Vezes a chamo diretamente pelo nome,
E sendo ingrata ainda faz ouvido mouco...
Ao que parece, até sorri achando pouco,
Desdenhosa, de minhas vistas ela some...
E quando ela noutras banda se demora,
As chamas dos meus olhos se apagam,
À mercê dos pensamentos que divagam
Minha alegria ameaça-me de ir embora
Porém do jeito que sumiu reaparece...
De repente, desfazendo a luz sombria.
Vem trazendo meu quinhão de alegria,
Restaurando o meu sorriso e uma prece.
A geniosa sempre impõe suas vontades.
Pois a inconstância é da sua natureza...
Se presente enche-me a vida de beleza
Se ausente me impregna de saudades...
adriribeiro/@adri.poesias