Grão

Na multidão que transita neste chão, eu sou um grão.

Não um grão qualquer, um grão que trabalha.

Um grão que exige respeito e sente gratidão.

Um grão que cai, se machuca e retorna à batalha.

Milhões de grãos iguais a mim já têm maior importância,

Erigem prédios, fazem casas e até castelos.

Pois somados e de mãos dadas superaremos a ignorância

De quem nos considera apenas um resto, um farelo.

Com alguns punhados de grãos de trigo fabrica-se o pão,

Quem vive sem ele? Quem vive sem arroz, sem feijão?

Afinal, tudo que existe não é formado de grãos?

Não são as pequenas partículas que formam a imensidão?

Portanto ninguém há de se sentir pequeno,

Nossa relevância é evidente, fiquemos serenos.

Pois com os pequeninos soldados de uma nação.

Formaremos um imenso exército a favor da união.