Carregados pela esperança
A esperança é a mãe dedicada da Nação
Carrega os seus filhos seguros pela mão.
Soldadinhos de chumbo, nuvem de fumaça
Furiosos em fúria em comboio na praça.
Carregados pela esperança, os sonhos voam
Lamentos e choro de povos ressoam.
Cruzam nos ares estilhaços de morte
Jogados ao leito da própria sorte.
Carregados pela esperança da luz se aproxima
Nos olhos a saudade e mal nenhum o coima
Levam nas mãos um aceno de dor
No peito um escudo de grande amor.
O vento que sopra abraça e o guia
O barulho do aço rouba-lhe o dia
Carregados pela mão da esperança
Um dia à sombra do bem descansa.
Nas estradas confusas a esperança alimenta
Nem fome e nem sede sucumbe quem enfrenta
No corpo cansado há esperança que sustenta
Alcança o oásis e o sonho acalenta.