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Lápides de gelo

-Os infelizes herdeiros das guerras

 

 

Erguem-se tristezas e terror

em monumentos esculpidos, gelados

sobre encobertas estradas que levam,

para um nada sem fim;

Ali, adormecem e morrem aos milhares,

anseios e sonhos, plantados;

Acaloradas conversas, abraços...

afagos, dores, amores e fins!

 

Mães que protegem nas suas asas

trágicos, findos momentos seus e dos filhos

Almejando preservar inglória,

a singeleza que resta, nesse resto de infância

a tentar demover incertezas traçadas

em seus torpes e anunciados destinos;

Plantando em seus corações lembranças, fantasias, ilusões, milagres e esperanças

Na gana e na vontade de manter a nobreza

alimentando a pureza de seus pequeninos!

 

Mas tal desdita, é real, é certa,

presente, desumana, e é cruel

Sendo muito mais torpes e frias,

que seus descaminhos prementes;

Defraudando e soterrando o doce

espalhando o intenso amargo do fel;

Indo de encontro à própria sorte,

anciãs, mulheres, jovens, todos inocentes

no tomarem a força, seu pedacinho de céu!

 

Enfileirados desfilam, se fiam em marcha

rumando a seus incertos e inóspitos degredos.

Não cessam jamais, tempestuosos estrondos, choros abafados, brados e fortes clamores.

Pois nenhum segundo os apartam do  real,

de todos seus inconfessáveis medos.

Inacabáveis sons de 'ais', alardes,

tropas, toques, tanques e horrores;

Onde muitos, ali mesmo surgem e jazem

virando esquecidas memórias

Sepultados pra sempre, em Lápides de gelo!

 

""QUE DEUS SE COMPADEÇA DE TODOS OS DEGREDADOS DAS GUERRAS.

AH, INCLUSIVE TAMBÉM DE NÓS, OS PROTEGIDOS, BEM VESTIDOS E ALIMENTADOS !

 

EFLÚVIO DE ARREBOL
Enviado por EFLÚVIO DE ARREBOL em 08/03/2022
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