Lápides de gelo
-Os infelizes herdeiros das guerras
Erguem-se tristezas e terror
em monumentos esculpidos, gelados
sobre encobertas estradas que levam,
para um nada sem fim;
Ali, adormecem e morrem aos milhares,
anseios e sonhos, plantados;
Acaloradas conversas, abraços...
afagos, dores, amores e fins!
Mães que protegem nas suas asas
trágicos, findos momentos seus e dos filhos
Almejando preservar inglória,
a singeleza que resta, nesse resto de infância
a tentar demover incertezas traçadas
em seus torpes e anunciados destinos;
Plantando em seus corações lembranças, fantasias, ilusões, milagres e esperanças
Na gana e na vontade de manter a nobreza
alimentando a pureza de seus pequeninos!
Mas tal desdita, é real, é certa,
presente, desumana, e é cruel
Sendo muito mais torpes e frias,
que seus descaminhos prementes;
Defraudando e soterrando o doce
espalhando o intenso amargo do fel;
Indo de encontro à própria sorte,
anciãs, mulheres, jovens, todos inocentes
no tomarem a força, seu pedacinho de céu!
Enfileirados desfilam, se fiam em marcha
rumando a seus incertos e inóspitos degredos.
Não cessam jamais, tempestuosos estrondos, choros abafados, brados e fortes clamores.
Pois nenhum segundo os apartam do real,
de todos seus inconfessáveis medos.
Inacabáveis sons de 'ais', alardes,
tropas, toques, tanques e horrores;
Onde muitos, ali mesmo surgem e jazem
virando esquecidas memórias
Sepultados pra sempre, em Lápides de gelo!
""QUE DEUS SE COMPADEÇA DE TODOS OS DEGREDADOS DAS GUERRAS.
AH, INCLUSIVE TAMBÉM DE NÓS, OS PROTEGIDOS, BEM VESTIDOS E ALIMENTADOS !