FLOR DE CINZAS
Quando o Sol voltar
Uma nova sirene irá soar.
Não haverá mais avisos da dor
a reverberar medo no ar carbonizado.
Não haverá mais "bunkers"
para a vida se esconder de si mesma
frente à voz da morte anunciada.
Quando o Sol voltar, qual mísseis de luzes...
Toda a poeira se esvanecerá
das insanidades desumanas
porque é mister e legítimo haver sentido
ao respiro de todas as ações vitais.
Quando o Sol voltar
não haverá mais o sopro bombardeado das vidas...
pelas tantas ambições poderosas e covardes
daqueles tantos que ainda não existiram.
Quando o Sol voltar
toda a luz afugentará as trevas
que agonizarão em si mesmas
porque nunca aprenderam a força do brilhar.
Assim,
Todo o uno Sol, quando ele voltar
se agigantará em hinos vitalícios de vitória
da força existencial
nunca interceptada num céu de todos.
E...
Dentre os tantos destroços das loucuras armadas
Com insanos mísseis de vaidade e poder,
Uma FLOR DE CINZAS retornará à sua essência de ser.
Com viço rebrotado!
no tudo ido que foi rogado.
Graças ao milagre de ainda ter, no pulso da terra, acreditado.
A vida, então, seguirá livre e forte como é...
polinizada pelos raios de ensolarados propósitos
Em meio a todo o Sol que volta.
Então, em homenagem à flor de cinzas...
Uma nova sirene da Esperança soará ao mundo!
Anunciando a dádiva incontida
no tudo que sempre se renova...
...toda vez que o Sol retorna.
Nota: esse meu poema é endereçado ao Mundo e em especial às atuais dores da Ucrânia.