PERSEU E AS GÓRGONAS CAP 11
PERSEU E AS GÓRGONAS XI – 28 nov 21
“Não espere de mim qualquer traição,
nem se iluda que lhe demonstre amor;
de minhas irmãs sei bem a maldição,
que Athena desafiaram; mas só louvor
tenho por ela, nos séculos que estão
ainda à minha frente, só por seu favor;
não tenho afeto por aquelas duas feiosas,
que até merecem mais castigo essas maldosas!”
“Contra mim gênios maus envia Medusa
e Esteno a mim atiça elementais...
O poder de Athena os ares cruza,
mas se distraem mesmo os seres divinais.
Eu deveria só agir como uma musa,
mas as Eumênides, as Hárpias e outras mais
sou forçada toda noite a enfrentar!
De minhas irmãs só desejo me livrar!...”
Após brindá-lo com lauta refeição,
fê-lo dormir até o amanhecer.
Perseu ergueu-se com a primeira devoção,
reverenciando a Athena em seu lazer;
depois Euríale lhe fez declaração:
“Perseu, confesso que senti grande prazer
com sua visita e. por isso, o enganei,
porque os caminhos certos eu não sei!...”
“É na Hiperbória, lá no extremo Norte
que a Górgona Medusa tem covil;
e sei que Esteno mantém sua simples corte
em qualquer ilha do arquipélago senhoril
das ilhas helênicas, aonde lê a sorte
de quem se atreve, com valor viril
ou coragem feminil a procurar
em sua caverna, após monte escalar...”
“Mas não se assuste, enganei-o parcialmente,
só por querer desfrutar sua companhia...
Vou ensinar-lhe o caminho, inteiramente
para as Greias, que conseguem, por magia
encontrar senda ou estrada diferente...
Para enganá-las, seu capacete serviria...
São minhas irmãs, porem devoram gente
e o levariam a tal destino ingente...”