"Tecendo o amanhã!"
Tecendo o amanhã!
Hoje acordei sem o "Amanhã' Tecido pelos galos de João Cabral de Mello Neto.
Sem os seus fios imaginários...
"Que um galo, leva a outro, que este leva a outro e tece a manhã".
Acordei sem poesia
Mergulhado em uma densa
Manhã de realidades cruas.
Em que preto continuará preto
pobre viverá uma manhã de pobre
Indígenas continuaram invisíveis
E os ricos tomarão leite com geleias.
E as ruas como o sol Testemunhará a segregação assistindo
Uma criança branca, tomar café com pão,
Iorgute e frutas.
E outra criança, pobre gritará!
E o seu grito, alcançará outros gritos
em vários países.
Até criar uma rede de gritos
Semelhante o amanhã de Cabral
e nessa teia as crianças famintas acordarão outras crianças
e os seus gritos despertarão
os seus galos internos fartos e cheio de esperança...
Nas margens ensolaradas do rio Capibaribe
os fios e a teia do lindo poema de João Cabral de Mello Neto
Permanecerão.