"Tecendo o amanhã!"

Tecendo o amanhã!

Hoje acordei sem o "Amanhã' Tecido pelos galos de João Cabral de Mello Neto.

Sem os seus fios imaginários...

"Que um galo, leva a outro, que este leva a outro e tece a manhã".

Acordei sem poesia

Mergulhado em uma densa

Manhã de realidades cruas.

Em que preto continuará preto

pobre viverá uma manhã de pobre

Indígenas continuaram invisíveis

E os ricos tomarão leite com geleias.

E as ruas como o sol Testemunhará a segregação assistindo

Uma criança branca, tomar café com pão,

Iorgute e frutas.

E outra criança, pobre gritará!

E o seu grito, alcançará outros gritos

em vários países.

Até criar uma rede de gritos

Semelhante o amanhã de Cabral

e nessa teia as crianças famintas acordarão outras crianças

e os seus gritos despertarão

os seus galos internos fartos e cheio de esperança...

Nas margens ensolaradas do rio Capibaribe

os fios e a teia do lindo poema de João Cabral de Mello Neto

Permanecerão.

Lázaro zachariadhes
Enviado por Lázaro zachariadhes em 25/01/2022
Reeditado em 23/09/2023
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