PERSEU E AS GÓRGONAS CAP 4
PERSEU E AS GÓRGONAS IV – 21 nov 21
Desse modo, seduzida a sua donzela,
cobriu-lhe o leito com moedas de ouro,
como preço da vergonha imposta a ela,
a verdadeira chuva tal tesouro...
Mas todos escolhem a versão mais bela:
que fique Lactâncio no desdouro
de ofender da pobre Dânae sua pureza,
por da lenda não aceitar tanta beleza...
O fato é que Dânae engravidou,
sem ser por qualquer homem maculada;
mas quando Zeus da jovem se afastou
sua constante proteção foi conservada;
e quando a gravidez se completou,
veio Perseu à luz, na madrugada,
protegido por divina multidão,
para cumprir do Oráculo a missão.
Sequer a mãe a vinha visitar
e assim ficou-lhe oculta a gravidez
até que Acrísio, certo dia a caçar,
passou junto da torre e um som se fez
que o recordou de um infantil chorar...
Acrísio enfureceu-se, por sua vez
e as escadas subiu, incontinenti,
para à porta bater violentamente!
A aia foi forçada a abrir a porta
e entrou o rei direto no aposento;
a razão da gravidez pouco lhe importa:
que era menino, soube num momento!
Em dia futuro, a sua vida corta
a criaturinha em meigo movimento!
Não duvidou sequer por um instante,
puxando a espada para matar o infante!...
Porém Dânae o desafiou, ardentemente,
”Primeiro terá de me matar a mim!
Vai derramar o sangue de sua gente?”
Mandara Acrísio só afogar, enfim,
das escravas toda a prole, anteriormente
e nenhum sangue derramara assim...
E dominando sua cólera inclemente
a explicação escutou bem calmamente...