BRINCAR DE IMAGINAR O CÉU
Eu quero voltar a ser criança,
ter tamanho de inocência e
jeito de insensatez . . .
Eu quero ter peso leve,
ter imaginação de gigante e
erros de tropeçar no quintal . . .
Eu quero correr com os pés descalços,
esquecer de avisar que vou ali,
chegar, tomar umas bofetadas,
mas não demorar a sorrir . . .
Eu quero ser pequeno para todos os lados,
brincar de avião de papel,
de alcançar o infinito do céu,
acreditar nos super-heróis dos quadrinhos. . .
Eu quero me perder na Mata Amazônica,
mergulhar no igarapé de águas escuras,
ter medo do Boto que encanta . . .
Eu quero sentir minha pequenez,
não ter sobrecargas na alma,
brincar de parar os ponteiros do relógio . . .
Porque ser criança é ter brilho nos olhos,
é cometer delitos com peso de pluma que flutua no ar,
é ter leveza e inocência no coração para amar . . .
Se eu voltar a ser criança ou
se esse pedaço de mim não me tiver fugido
Quero escapar desta loucura,
encontrar a minha real altura
brincar de imaginar o Céu.