A burca é insensata
A burca é insensata:
Deixa à mostra o que desnuda a alma...
Olha-me profundamente nos olhos,
Caia dentro de mim.
A cada piscar
Pedacinhos do que sou.
Se brotam diamantes derretidos
E rolam como rio
Pela face triste,
Há remédio.
Para secar o pranto,
O Pai Nosso,
Rezado e mastigado,
Deglutido em cada palavra santa,
Devendo fechar os olhos
Para enxergar dentro de mim, Deus.
Procuro por Deus no templo em ruínas,
Castigado por tufões,
Varrido por tsunamis.
E quando O encontro,
Fita em mim,
Com olhos de amor excelso,
Com olhos de puro mel.
Afogo-me dentro desse olhar que salva o náufrago.
E a esperança me sustenta.
(30/07/2014)