CADEIRA DE RODAS

São tuas pernas, redondas per-correndo

Rodas da paz que te levam, aonde fores

Por certo enfrentarás muitos dissabores

És bom atleta, não és deficiente

Te locomoves bem, vais seguindo em frente!

O desconforto está à frente, ao lado

O preconceito é mais um desagrado

De gente que tem pernas só até à esquina

Que poderá encontrar ali, máquinas assassinas

Bom será se inteiro ficar nesta “dividida”

Dela, poderão colher até preciosa vida!

Terás também, com outros, minha solidariedade

Nesta cidade com má fama de fria

Não é bem assim, eu vi noutro dia

Alguém buscando direitos de um cadeirante

Dizia:ficarei no lugar dele de agora em diante!

Embora te defendas neste labirinto

Do teu lado estarei usando minhas pernas

E mãos, enquanto as sinto!

Sobradinho-DF, 13/11/07 - abello