Alma resiliente
Só desejo encontrar um portal,
Onde possa me mostrar outra verdade.
Um modo simples, tremendo e surreal,
Completamente diferente dessa realidade.
Estou tão desacreditada do ser humano,
Insuportável viver respirando o mesmo ar.
Em um arremedo de vida, triste sina,
O mais sábio não mais ensina.
Repleto de subterfúgios, para sair por cima,
Mentindo, condicionando ao erro, dando-se bem,
Espalhando a maldade, às custas daqueles que menos têm.
***
É notório que esta dimensão não é a minha.
Alguém finge compaixão –
No fundo é mais a questão de se sobressair.
De pessoas bem intencionadas,
O inferno está repleto.
Desse tipo de gente, quero distância,
E nenhuma delas por perto.
Por isso, estou aqui –
Em minha constante “solidão”.
No meu profundo estado de graça,
Presenteando somente –
Os que demonstram genuína emoção.
***
A vida –
Parece até uma contradição.
No pulmão o oxigênio –
Expandindo-se.
Olhando-se para frente,
Uma nuvem cinzenta –
Ao invés da constelação.
O brio se perde –
Sem a menor realização.
Quem é que se compadece?
Nenhum estado de excitação.
Viajando pelas entrelinhas,
De pura imaginação.
Vejo o céu –
Descortinando-se –
Em poesia.
Eclodindo nos poros,
Enaltecendo a alma.
Basta letargia,
No raiar –
De mais um dia!
***
Blog Poesia translúcida
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