LINHAS

Nas desventuras da vida

Eu cresci e não houve outro jeito

Inda que as mágoas do meu peito

Sejam ácidas e meio ardidas.

Minhas dádivas pretendidas

São sonhos que levo pro leito

Onde à noite insone ajeito

Minha carcaça desguarnecida.

Se a vida é um sobe desce

Eu junto as mãos em prece

Para agradecer, pois não é vazia.

Se às vezes algo entristece

Toda amargura desaparece

Nas linhas de mais uma poesia.