APESAR
Apesar dos seus olhos tristes,
abro a janela e te mostro o sol
ainda brilhando lá fora...
Apesar do seu sorriso melancólico,
te conto histórias de pássaros monogâmicos,
recito poemas tão antigos quanto os vulcões,
teu dou um abraço fértil como terra macia...
Apesar de sua ânsia em ficar solitária,
te levo ao parque e te apresento malabaristas,
te mostro como acariciar a pata do gorila,
juntos, atuamos numa peça de teatro...
Apesar do mundo estar tão confuso,
e você achar que está confusa como ele,
te dou um pouco de esperança
ao te mostrar as hélices da energia eólica,
o quase silêncio dos carros elétricos,
a face de homens que lutam pelas plantas,
as batidas do coração do mundo
quando colocas a mão no peito
de uma criança.