Depois da tempestade
Já é tarde, o vento sopra frio,
Parece um punhal, corta a minha pele,
A sua direção, aponta para o fim,
Estou sozinho, o tempo passou,
E parece que não vivi, ou vivi,
Para os outros e, não para mim,
Dediquei, Lutei, acreditei, mas, agora,
No auge da maturidade, enxerguei ,
Vivi para todos, e não para mim.
As rugas surgem e o meu fim anunciam,
Por entre os meus dedos, eu sinto,
A vida escapou-me,
E eu inerte a tudo assisti,
A vida passou e eu não me achei digno,
Eu acreditava que a felicidade não era para mim.
Agora o sol é poente, despeço-me,
A última canção está tocando,
“sessenta anos” bem ou mal trilhados,
São memórias de um passado,
Embarco rumo ao desconhecido,
Mergulho em uma longa noite,
Tento manter a chama da esperança,
E forças para acreditar na máxima,
“Depois da tempestade vem a bonança”.