A MORTE VAI TER QU ESPERAR

Estranheza
Madrugada
Eu acesa
Eu em casa
Desfeita
Sobre
O roto lençol
Eu calada
Com afã
De gritar
De antecipar
A manhã
Recepcionar o sol
Sentir a brisa
Para ver
Se ameniza
A inquietude do ser
Mas o tempo
Soberano
Alheio aos meus danos
Continua lento
Me movimento
Na cama
Nos dramas
Me levanto
Da janela contemplo
O breu
Tão estranho quanto
Eu.
As rasuras
A altura
Do apartamento
A oportunidade
O cortante
Pensamento
Se eu tivesse
Ousadia
Abriria
As asas
Voaria...
Sentiria
A liberdade
Seria leve
Por um breve
Instante
Depois fragmentos
Cairia
No esquecimento.
Que voo
Que resoo
Que nada
Vou suportar
A madrugada
Não nasci para voar
A morte vai ter
Que esperar...