A vida é uma variável
Num dia, prantos
noutro, gargalhada
vaguei nas ruas pelos cantos
bebi, deitei numa calçada
Já me senti inferior
e fui a maior expectativa familiar
já fui árvore queimando com calor
Quis voltar pro útero, me pondo a chorar
Já me prometi, mas nunca soube me jurar
falhei tantas vezes com meu ser
vivi pros outros agradar
sem olhar que estava a adoecer
Já vi o que é um fantasma
e ele não é sobrenatural
é a lembrança que deixa sua alma pasma
é o passado que vem deixar seu dia infernal
Já brilhei os olhos com amor
abracei com fogo de paixão
fui fogueira, fui calor
sentimento de imensidão
Já beijei a esperança
dos sonhos, fui amante
os dois convidei para uma dança
deixaram meu corpo cintilante
Num dia morri no banheiro
no outro agradeci, pois pude voltar
vivi o desespero, inalei seu cheiro
mas na súplica da vida, me pus a lhe vomitar
Descobri que num dia a gente chora
acha que já não tem solução
mas dias ruins passam, vão embora
ainda há esperança, dias bons sempre virão