A vida é uma variável

Num dia, prantos

noutro, gargalhada

vaguei nas ruas pelos cantos

bebi, deitei numa calçada

Já me senti inferior

e fui a maior expectativa familiar

já fui árvore queimando com calor

Quis voltar pro útero, me pondo a chorar

Já me prometi, mas nunca soube me jurar

falhei tantas vezes com meu ser

vivi pros outros agradar

sem olhar que estava a adoecer

Já vi o que é um fantasma

e ele não é sobrenatural

é a lembrança que deixa sua alma pasma

é o passado que vem deixar seu dia infernal

Já brilhei os olhos com amor

abracei com fogo de paixão

fui fogueira, fui calor

sentimento de imensidão

Já beijei a esperança

dos sonhos, fui amante

os dois convidei para uma dança

deixaram meu corpo cintilante

Num dia morri no banheiro

no outro agradeci, pois pude voltar

vivi o desespero, inalei seu cheiro

mas na súplica da vida, me pus a lhe vomitar

Descobri que num dia a gente chora

acha que já não tem solução

mas dias ruins passam, vão embora

ainda há esperança, dias bons sempre virão

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 03/09/2021
Reeditado em 10/09/2021
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