RIR DAS LÁGRIMAS
Todo sonho é meio e fim de uma esperança,
Como terno ápice de amor a delirar,
Mas quando a dor na própria alma dança,
Sem calma, o verso se enlouquece lá...
E toda messe de ilusões profundamente humanas
Transforma-se, na mente, em sensações de enigma,
Corações se perdem nas cores tão mundanas
Que os amores desfalecem no que o céu consigna !
E quando sua alma suplicar mais luz,
Além da vã matéria que compõe o mundo,
Pergunte ao próprio tempo o que o amor conduz,
Qual sentido traduz o sonho mais profundo ?
Ah, sentimentos incautos nesta breve lida,
Voem como ventos nesses versos sós !
E perguntem, em quais momentos dessa humana vida,
Encontraremos paz já transbordando em nós !
Sem pieguices, tudo é tão incerto
Quanto a própria lápide de seus anseios,
Transcendendo o paradoxo que se vê de perto,
Resquício em vida de seus fins e meios,
No verso que elucida o que não é concreto...
E, assim, todos nós, no mais efêmero dia,
Muitas vezes, vemos tristeza neste mundo insano,
Mas, sorria, meu grande amor, sorria,
Sorria por toda lágrima que lhe fez humano !
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