A esperança do Salmista

Dizem que o mundo é uma estranha maravilha
Onde vivemos todos num gigantesco picadeiro
Como atores estamos atuando o tempo inteiro
Representando, disse Drummond, uma quadrilha

O desencontro gera a dor e o desapontamento
Jogando o espírito bem no centro da tormenta
E ainda que ele queira, da saída não se aventa,
Se apegando, como um mártir, ao sofrimento...

E nesse caos da "insanidade" e dos "instantes"
Fica a pensar em quem controla o espetáculo.
Também lhe atina compreender o receptáculo
Quanto sofre por tais emoções angustiantes...

Se fosse adepto de certas crenças e heresias
Diria que o mundo é uma "oficina do demônio".
Ou que está "vivendo num imenso manicômio"
Onde o engano e a tristeza são suas cortesias.

Mas quer apenas esperançar feito o Salmista...
E tal qual Davi, cantar o Louvor Noventa e um.
"Sob suas bênçãos não sucumbir a mal algum"
Também pede o perdão por cada alma egoísta...

Que "O Criador nos livre do fogo do inferno"...
E conduza as almas pelo vale da esperança...
Com amor, harmonia, a alegria e a bonança
Oriente o caminho e nos guie ao seio eterno.

E suplica ainda que aqui na terra nos perdoe...
Nos faça enxergar cada artimanha e armadilha
Do vil inimigo que nos condena e nos humilha
Ó Altíssimo! Que sua luz nos ilumine e abençoe

Que vivamos todos em virtude e em verdade...
Que os corações amem com zelo e sabiamente
Que o engano se apague, enfim, de cada mente.
Para que o mundo seja perfeito e sem maldade.

Adriribeiro/@adri.poesias