Coração Empedernido

Despe-se das dores tantas eu lhe rogo

Não sê assim tão duro e malogrado

Olha em volta, vê as cores que despontam

Prova da vida um novo bocado

Eu sei, o fel correu em tua boca

As lágrimas morreram em teus lábios

Mas vê, a vida, é tão breve e pouca

Aprende a resiliência dos sabios

Não há bem que seja pois eterno

Nem mal algum que dure para sempre

Sê contigo mesmo mais fraterno

Viver assim é beirar a demência

A mais singela flor nasceu no campo

Sem rega ou cuidado, mas surgiu

Incógnitamente, mas percebes

Os versos que a flor lhe produziu

Aromas que aspira toda noite

Nas flóreas poesias que lhe adornam

Reverberando em ti, poeta louco

Deixa de lado os olhos antigos que choram

Apenas um fanal, apenas luz

Lume sutil e sem pretenção qualquer

Prova que ainda existe neste muldo vil

Quem seja verdadeiramente, uma mulher.

Moisés Lopes
Enviado por Moisés Lopes em 13/08/2021
Código do texto: T7320224
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