Coração Empedernido
Despe-se das dores tantas eu lhe rogo
Não sê assim tão duro e malogrado
Olha em volta, vê as cores que despontam
Prova da vida um novo bocado
Eu sei, o fel correu em tua boca
As lágrimas morreram em teus lábios
Mas vê, a vida, é tão breve e pouca
Aprende a resiliência dos sabios
Não há bem que seja pois eterno
Nem mal algum que dure para sempre
Sê contigo mesmo mais fraterno
Viver assim é beirar a demência
A mais singela flor nasceu no campo
Sem rega ou cuidado, mas surgiu
Incógnitamente, mas percebes
Os versos que a flor lhe produziu
Aromas que aspira toda noite
Nas flóreas poesias que lhe adornam
Reverberando em ti, poeta louco
Deixa de lado os olhos antigos que choram
Apenas um fanal, apenas luz
Lume sutil e sem pretenção qualquer
Prova que ainda existe neste muldo vil
Quem seja verdadeiramente, uma mulher.