A Princesa e o Rei
Era uma vez
Um sentimento verdadeiro
Represado em cativeiro
Com paredes de rancor.
Torre alta e isolada,
Como num conto de fadas,
Dividiu o que era inteiro;
Sobras de saudade e dor!
Uma princesa encantada,
Pequenina e imaculada,
Tivera a inocência velada
Numa cor; um só sabor.
E um rei resignado,
Que sentira pesar o fardo,
Decidira por terminado
O confronto que o abalou.
Colhera o seu momento
E cumprira ordenamento:
Tábua de mandamentos;
Decreto de imperador!
Todavia, o rei atento
Ao silencioso sofrimento
Por penoso afastamento,
Dela não descuidou.
Não a viu como eremita,
Não se fez mera visita,
Não ruiu em seus tormentos.
Apenas a abraçou.
Segundos permitidos,
Vários mundos divertidos.
Foi o afeto construído
Bem de perto; por amor.
O rei deixou escrito:
Noutros reinos, iguais mitos,
Onde narram às princesas
Contos de desamor.