“TURBILHÃO DE DÚVIDAS”.
Sinto-me aqui, em negra solidão,
Por um vazio que me enche então,
Arrastando-me e jogando ao chão,
Matando a esperança do meu coração!
E essa tal dor que não quer passar,
Vindo aos poucos me atormentar,
Fazem em fim meus olhos marejar,
Deixa me prostrado sem me levantar!
E assim vivo sem nada entender,
Debato-me aqui quase a perecer,
Cada instante sem poder saber,
Que o meu céu claro veio escurecer!
Vem-me as duvidas que pairam no ar,
Faz minh’ alma em frio agonizar,
Em angústias me ponho a pensar,
Os porquês da vida vêm nos exacerbar!
E nesse imenso vazio que meu ser invade,
Vai me destroçando tal qual tempestade,
Que sem ambicionar ficamos covardes,
E tentando sair lutamos debalde!
Pois transcorre o tempo que logo se passa,
Já amadurecidos e um tanto sem graça,
Aquela esperança transforma em fumaça,
E qualquer obstáculo se torna ameaça!
Pouco apouco vai- se envelhecendo,
Todo o orgulho vai se desfazendo,
E o forte guerreiro vai esmorecendo,
Com o peso da idade as forças perdendo!
Pois somente o tempo nos faz entender,
Que nada somos e nem devemos ter,
E que nesse mundo o ganho é sofrer,
Mesmo não querendo enquanto aqui viver!
Pois aqui é que se desfaz qualquer ilusão,
Toda arrogância, orgulho ou tensão,
Cai a fixa para homem que percebe então,
Será eliminada a maléfica presunção!
É assim que aqui temos a nossa trajetória,
Que algum dia transformar-se- a história,
Sejam de derrotas ou de gigante gloria,
E que algum tempo vai se ir da memória!
Vai assim qual sombra se esvaindo,
Seu nome no tempo em fumaças diluindo,
As lembranças aos poucos irão sumindo,
Até contra o querer vá partindo!
Absorve-se que aqui tudo é passageiro,
Vai remando em meio ao aguaceiro,
Ao chegar próximo ao despenhadeiro,
Debate-se pra não chegar primeiro!
Assim então olhamos ao redor,
E entendemos que Deus é maior,
E que quer Ele nos tira do pó,
Pra nos conduzir a um mundo melhor!
Agora então passa a entender,
Que um Deus forte Vai a ele erguer,
A encoraja- lo a não ter medo de vencer,
E faze-lo forte com o seu poder!
Então feliz começa a cantar,
Que o abismo enfim foi se dissipar,
E com gozo d’ alma pode divisar,
Que no paraíso vai poder cantar!
Hó pai amoroso custou mais cheguei,
Tenho a marca das lutas que travei,
Peço-lhe perdão por tanto que fracassei,
E com alegria por embates que ganhei.
Assim em apoteose volve-se a sorrir,
Explode de alegria por cada luta aqui,
E que sem méritos alguém doou-se enfim,
Tão só se fez pecado por amor a mim.
Cosme B Araujo.
13/06/2021.