Cartas e selos
Tudo perfeito, com riqueza de detalhes
Cada móvel em seu lugar, e entalhes
Retalhos de nós, entre os fios de cetim
Se sonho, não me acorde, traz pra mim
As flores, vinhos, e poemas de estrelas
Conta como vai a vida, e o que passou
Sobre os prédios, paredes, e as telhas
Sobre cada folha, poema que amassou
Não me acorde, o mundo é pesadelo...
O sonho é refrigério, um lugar tão sério
Não há dor, nem nós, nem fios, novelos
Entre novembro e abril, cartas, e selos.