" AGARRE-SE À ESPERANÇA".

Agarre-se à esperança!

Quando tudo estiver saindo errado,

Quando já tiveres os teus braços cansados,

Indo-se embora tua tenra confiança,

E sentires que se foi todo teu vigor,

Mesmo que estejas a sucumbir à dor,

Agarre-se à esperança!

Agarre-se à esperança!

Quando estiveres a lutar sozinho,

Que for difícil o percurso do caminho,

Sendo em enfim pálidas nuanças,

Indo-se os tempos de grande apogeu,

Notando que no tempo tudo perdeu,

Agarre-se à esperança!

Agarre-se à esperança!

Vendo que assim secou-se a fonte,

E escurecendo por fim teu horizonte,

E sentires que essa tal treva avança,

Embora estando fraco e abatido,

Com tua alma e o coração ferido,

Agarre-se à esperança!

Agarre-se à esperança!

Quando as turvas sobras te cercarem,

Quando as indiferentes bocas se calarem,

E estiveres distante a tais bonanças,

Se desfavoráveis forem a ti altivos olhares,

E perceberes sem razão te abandonarem,

Agarre-se à esperança!

Agarre-se à esperança!

Quando as aflições da tua alma,

Derem fim as desejáveis doces calmas,

Da distante e linda infância,

Quando as tuas fraquezas,

Extinguir todas as certezas,

Agarre-se à esperança!

Agarre-se à esperança,

Embora com todas as forças tenhas lutado,

E nem um de teus alvos tenhas alcançado,

Sentindo-se igual a uma frágil criança,

Quando te abaterem as insalubres tristezas,

E te afogarem em duvidas e incertezas,

Agarre-se à esperança!

Apegue-se à esperança!

Mesmo que os montes que te rodeiam se abalem,

E a todos os que te louvavam se calarem,

Nem haja em tua forte voz pujança,

Embora em teus dias tua vista escureça,

E tantos olhem-te meneando a cabeça,

Agarre-se à esperança!

Agarre-se à esperança!

Mesmo teu céu vista-se de escuro,

Seja improvável o decorrer de teu futuro,

As pernas tremam ao transcursar a dança,

Embora venha te abater a insípida solidão,

E te entristeça o intimo do coração,

Agarre-se à esperança!

Agarre-se à esperança!

Quer estejas em enfadonha agonia,

Mesmo que tais noites sejam frias,

Venham-te assim todas as lembranças,

E vivas em debelada e sombria saudade,

Vendo que morreu toda sua vaidade,

Agarre-se à esperança!

Agarre-se à esperança!

Mesmo que não tenhas motivos pra sorrir,

Embora estejas sem saber próximo a partir,

Em busca de tão ambicionada herança,

Quando perceberes que ao ohares para a vida,

E a mesma já não te seja assim tão colorida,

Agarre- se à esperança!

Cosme B Araújo.

20/05/2021.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 20/05/2021
Reeditado em 21/05/2021
Código do texto: T7260009
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