OUTRA VEZ

OUTRA VEZ - João Nunes Ventura-05/2021

Meu canto triste e penoso

Onde o meu olhar choroso

Logo procura seu coração,

Eu vejo em noite sem luar

Sem as estrelas a iluminar

Os campos do meu sertão.

Que sonhos estão sumindo

Quem eu quero até fugindo

Como vento e vai passando,

Como poeira nessa estrada

A escuridão que é avistada

E de tristeza me lembrando.

Que distante luz brilha forte

E vem lá das terras do norte

Passa as imensas ventanias,

E cheia de fulgor de encanto

Para afugentar o meu pranto

Até acender minhas alegrias.

Nenhum pingo de esperança

E nem meu sonho de criança

Em tempo e não existe mais,

Que as fantasias terminaram

As festanças já se passaram

Saudades dos meus quintais.

Secam as águas lá da fonte

Canta triste sabiá no monte

Assim lamenta a sua viuvez,

A árvore tombada morrendo

Incapaz sim estou sofrendo

E tanta falta que ela me fez.

Que a dança das borboletas

Beijam as formosas violetas

Jardim das cheirosas flores,

Nos meus olhos já cansados

Choram prantos derramados

Essa lembrança dos amores.

Tantas vezes direi a soluçar

Seu nome eu torno a chamar

Que ao sorrir eu fique talvez,

No meu mundo vou cantando

Na canção por ela chamando

Será que eu a vejo outra vez.

João Nunes Ventura
Enviado por João Nunes Ventura em 17/05/2021
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