Rio Selvagem
Do nascente ao poente, desço esse infinito Rio
Nessa corrente, cujo o freio não existe desço involuntário
Passando por paisagens lindas e assustadoras, imaginário
De Porto em porto vou descaracterizado meu perfil
Apertos de mão, palavras ao coração vão enchendo meu refil
Na escuridão de cada noite reescreve meu diário
Animais estranhos e ferozes habitam esse rio, nada é pário
Assim como a vida os relacionamentos andam por um fio
Naufragar antes do destino ou morrer afogado por não saber nadar
São coisas que sempre acontecem com os passageiros
Assim saudades e lembranças vão recheando nossos celeiros
Não nascemos todos apitos, mas aprendemos a navegar
A seleção natural, ou a lei do mais forte. Faz você esconder o pão
Além de dar vários tapas e se esconder mesmo tendo razão