POEIRA NOS OLHOS

O desejo, de arrancar,

este pensamento enraizado até os ossos,

neste emaranhado, que há anos não ouso mexer,

assusta ao olhar, tamanha complexidade, numa vida tão simples.

Tentando encaixar o que preciso, nas respostas das palavras cruzadas,

E antes de enlouquecer, ainda consigo ver, que somos todos iguais,

salvo algum elevado, talvez,

no correr de uma vida,

não perdeu, ou não se atreveu a subestimar o fio da meada.

Apesar de toda confusão, ao qual já me acostumei,

sabendo que sou parte de seu contexto,

ainda encontro a paz em vários recônditos.

A única duvida que paira,

é saber se a tenho ou sou dela.

Não que isso tenha relevância,

porque não importa de onde venha o tiro,

a dor não aliviará, se foi ou não intencional.

Algumas vezes, a fonte de todo amor,

se entrega ao mesmo relaxamento natural,

e age como o mais vil e indiferente canalha,

e sendo assim, cabe a nós,

enxugarmos as lágrimas,

olhar nos olhos daquele imortal,

e perdoar, sua eterna incapacidade de ser nobre.

RRSabioni
Enviado por RRSabioni em 12/04/2021
Reeditado em 12/04/2021
Código do texto: T7230028
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