POEIRA NOS OLHOS
O desejo, de arrancar,
este pensamento enraizado até os ossos,
neste emaranhado, que há anos não ouso mexer,
assusta ao olhar, tamanha complexidade, numa vida tão simples.
Tentando encaixar o que preciso, nas respostas das palavras cruzadas,
E antes de enlouquecer, ainda consigo ver, que somos todos iguais,
salvo algum elevado, talvez,
no correr de uma vida,
não perdeu, ou não se atreveu a subestimar o fio da meada.
Apesar de toda confusão, ao qual já me acostumei,
sabendo que sou parte de seu contexto,
ainda encontro a paz em vários recônditos.
A única duvida que paira,
é saber se a tenho ou sou dela.
Não que isso tenha relevância,
porque não importa de onde venha o tiro,
a dor não aliviará, se foi ou não intencional.
Algumas vezes, a fonte de todo amor,
se entrega ao mesmo relaxamento natural,
e age como o mais vil e indiferente canalha,
e sendo assim, cabe a nós,
enxugarmos as lágrimas,
olhar nos olhos daquele imortal,
e perdoar, sua eterna incapacidade de ser nobre.