Gelada VIDA
Acordar e sentir e servir e amar o dia. Necessita-se de um dia bom. Quando chove acolhem-se as gotas sagradas que fluem com o vento que entra pela janela.
Natural é o dia, normal é o medo. Longe das montanhas, longe das serras, não estamos na Finlândia, nem na Suíça quem dera passar um dia em Guaramiranga.
Aqui temos as bicas do Ipu, águas geladas da Meruoca. As correntes frias do nosso banho na madrugada. O pesar das mortes diárias em meio a dúvidas do futuro.
Frio, calafrio e surpreendido por um sussurro. Sobrevivência no mar, no sol de Fortaleza. As correntes de água e ondas surfam nossos pensamentos.
Chuvinha boa. Chuvinha de ficar agarrado aos lençóis, de se abraçar as almofadas. De se apegar ao medo de perder o juízo no meio do caos.