Entre a boca da noite e Monalisa
Chegou a boca da noite
e começou a engolir
os raios de sol,
Comeu um, depois outro
e o seguinte até tragar o último
em seguida abriu mais ainda bocarra
e engoliu tudo.
Quando o manto negro
cobriu a metade do mundo
as luzes dos homens da terra
em vão tentou furar-lhe
a dura superfície.
Diante dessa consciência,
de escuridão material
eis que nos olhos da cabeça,
surge a tua imagem Monalisa.
Há alegria nos olhos da senhorita?
Entre a boca e o ouvido
o próprio silêncio é tua presença
surda mente se impondo.
Na indiferença de sua boca
a dizer nada mais para nós
que não desperte palavras
com repetição dos mesmos
sentimentos indiferentes?
Moça sorridente
teu riso é mais obscuro
que a escura noite.
Em vão com a luz
das minhas ideias
tento furar o duro enígma
da revelação da tua imagem.