Pedra oculta

I

Não quero agora falar de brilho

Que a força do tempo dissolve

Em minha fraca memória

E que está pedra não devolve

Ainda por lapidar

II

E também tecer considerações

De arte história ou justiça

Nenhuma das avaliações

Que a pedra suscita

E nem a de Drumond será

III

Mas falarei da pedra fragmentada

Que espalha-se do pó despreendido

E viaja pelo ar e impregna

Todo nosso momento esquecido

Que éramos sem estar

IV

Que tens feito de tua pedra oculta

Pelo tempo que te foi dado?

Estás a ti esculpir e polir

Ou devolvendo disformes quebrados?

No meio da poeira da pedra esquecida

Lembrei-me que havia o caminho....

Célio Bezerra
Enviado por Célio Bezerra em 07/02/2021
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