Mar das ilusões

Como tela que se vê
Nas ondas que vêm e vão
Raios, roncos, tremores, trovão
Lá idos sonhos,
em tempestade!

Queira Deus do céu, ser apenas ilusão
A não se cumprir prometida viração
Vento forte irriquieto, inundação
Sepultamento aguado de sonhos,
que dó!

No bojo da perdida embarcação
Persiste arredio sentimento
Que o devora a todo momento
Comoção, desesperanças,
suplicam findos ais!

Ah, se viesse logo calmaria
Pra por fim cólera, adoçando mar
Menos revolto, acalmando até serenar
Quem sabe, recuperados,
todos os sonhos ainda!

Dessa presumível desdita, sabe-se pouco
Quiçá, não se confirme jamais
Tampouco, estampem manchetes em jornais
Para todos os sonhos morrentes, sobreviverem...
SERRA GERAL
Enviado por SERRA GERAL em 03/02/2021
Reeditado em 03/02/2021
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