Nadando em mim mesma

Por @andreaagnus

Levo comigo uma convicção da alma:

Tenho mais medo de deixar de ser

Do que de morrer!

Isso me faz ter pressa de terminar a obra.

Ser inacabado pode cair no vazio

O não-ente da angústia

Esse filho das dores do espírito

Um bastardo acolhido em desvario

Uma onda de quase morte

De tão forte, inunda a vida

Afogando-me em mim mesma

Tomo forma em braçadas fortes

Me reergo. Busco ar.

Oxigeno-me de poesia

Poesia translúcida, gutural

Ruge do próprio coração.

Paro. Estou na superfície.

Retomo a mim mesma.

Sei quem eu sou:

Um ser aquático... poético.

*Publicado na antologia poética Procura-se a Mulher (2020), com mais 9 autoras.

Andréa Agnus
Enviado por Andréa Agnus em 15/01/2021
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