Wesley Poison - Ar[Riscado]
Até o sumo em essência.
À espreita da vivência.
Ora espreme! Ora expele!
Esse futuro já presente, consequentemente passado.
Na própria pele a Sol banhado.
A carne perfura em fervura.
Até o centro do próprio ser.
Agora! O agora é tudo!
Transcrevo os rabiscos provenientes dos riscos.
Texturas a mim não contadas.
Em vitrolas não tocadas.
O criar então do próprio disco.
Do tal viver ao risco.
Desconstrói-se, assim constrói-se.
A sua obra de arte e seu encarte.
Do vinil que ninguém ainda ouviu.
Esquecido na poeira.
Nas definhas de sujeira.
Melodia ressoa.
A mente se abre.
E o pensar, longe voa.
Não mais gravitacional.
Ansiando por algo mais, além da beira.
E quando olhar pra trás, nessa jornada passageira.
Quisera ter o rastro deixado
Pela cabine de si ter pilotado.
Na própria vivência. Não na sombra do que quebra.
Fluxo segue e desintegra a ferida onde fora moradia.
E lá fora o chamar extasia.
Deixa ir. Se deixe ir.
Vá! Ora vá!
Continuo na multiplicidade celular.
Todas as coisas, querendo olhar.
Espelhar o tal amar sem sufocar.
Como vencer do gameta ao espaço feito cometa.
Se por hora, as páginas ficarem cheias e escritas.
E vivências forem extintas. Novas continuarão pedindo por tintas.
Continuo o risco. Arrisco.
Um natural instinto animal.
Biológico indo além do lógico.
Não quero dormir pra sempre
E ter dado a última respiração.
Sem ter inflado e vivenciado
Esse desejado arriscado.
https://www.youtube.com/watch?v=CDbE2_HMNQE