Exigências
Desse novo ano que virá eu exijo
Um calor de vez em quando
E uma chuva para sorte e para castigo
Desde que quando eu ande de sul a norte
Eu encontre abrigo.
Desse novo ano que virá eu exijo
Que a ira não exista
Que de beleza eu me vista
E nessa salada mista de mundo
Que todo mundo fique junto
Nem que de longe seja.
Porque se há uma coisa terrível nesse mundo
É estar sozinho nem que seja por um segundo
Sem sentido para a vida.
Desse novo ano que virá eu exijo
Borboletas no estômago
E daqui a Mato Grosso
E do sertão aos Confins
Que de tudo que eu exigi
Que sejam todos, alguns feliz e outros estonteantes
Porque é melhor viver errante
Do que ter nariz em pé.
Desse novo ano que virá eu exijo
Comida, não pra mim,
Mas pros meninos.
Aqueles que nos abordam na rua,
Que com a barriga roncando e a peste lascando
Ainda arrumam esperança pra ri pra pra mim e pra ti.
Que vive de cara amarrada
Que até da meninada reclama sem parar.
Esse texto é pra você
Que acha que é tudo
E na verdade nem feliz é
Que peida e tem chulé como todo mundo
Mas não toca em nada imundo e se pudesse no chão não tocava o pé.
O que te torna algo diferente no mundo, é só tua mente fechada.
Tais descansado e com saúde de barriga almoçada
Enquanto alguns estão no grude,
Não tens do que reclamar.
Desse ano novo que virá eu exijo
Que te olhes no espelho e
Vejas bem o que fizestes de tua vida
Se tuas conquistas foram realmente conquistas
Ou se tu só recebestes e nada destes.
Sabes o que o que realmente é luta?
Ou tu preferes chamar de puta quem te aponta em esperança ?
Desse ano novo que virá eu exijo
Que nada eu exija
Que eu aceite de bom grado e sorridente, que a tristeza me aborde, mas que eu que sou um lorde, bata um papo com ela
E que eu lute
Seja em vida ou seja em morte
Mas que eu tenha a sorte de ser lembrado por alguém.
Desse ano novo que virá eu exijo
Que o ano seja novo e que agrade, amanse-se com bondade e perpetue, um povo que se alimenta de vida.