Mergulhar em si

Agora é hora de arrumar a mala

Dobrar cada roupa com esmero

Cada camisa recém engomada

Cada gravata enrolada em outra

As meias no zíper lateral

As roupas íntimas na bolsa acima

Há um canto largado para o pijama

Há espaço bastante para o jeans

Os remédios seguirão na nécessaire

Os sapatos em mala própria

O choro guardo na bolsa externa

Juntos aos lenços que irei usar

A magoa ficou sob a toalha

Entre as bermudas que irei levar

Os sonhos deixo de fora

Pois essa mala não irá fechar

De roupas e tantas esperanças

Guarda mais do que posso carregar

Me retiro hoje rumo ao desconhecido

Desconhecido eu que almejo encontrar