CirurgicaMente.
Mente exposta,
Alma nua,
Neurônios desencapados que valsam
Ao som de um samba.
É tudo tão mais, meu Deus, é o horror que olha o abismo
Acolhedor?
Acalma-te agora,
Senta e respira,
Ultimo ato,
Da peça que peças te prega,
Recolhe,
Pensamentos vadios,
Pega do cesto de costura
A agulha fina,
- quase cirúrgica é –
E com fios de aranha tecidos,
Delicadamente,
- Há que ter zelo agora -
Re- inicia a costura
Diária, dolorida, infinita
De re-começar a emendar
Remendar
Encapar tudo de novo,
Nervo exposto,
Nó na garganta,
Olhar que se espanta,
Olhar que pede
Implora por paz.
Escolha a agulha
É hora de recomeçar
A emendar tudo de novo.