CirurgicaMente.

Mente exposta,

Alma nua,

Neurônios desencapados que valsam

Ao som de um samba.

É tudo tão mais, meu Deus, é o horror que olha o abismo

Acolhedor?

Acalma-te agora,

Senta e respira,

Ultimo ato,

Da peça que peças te prega,

Recolhe,

Pensamentos vadios,

Pega do cesto de costura

A agulha fina,

- quase cirúrgica é –

E com fios de aranha tecidos,

Delicadamente,

- Há que ter zelo agora -

Re- inicia a costura

Diária, dolorida, infinita

De re-começar a emendar

Remendar

Encapar tudo de novo,

Nervo exposto,

Nó na garganta,

Olhar que se espanta,

Olhar que pede

Implora por paz.

Escolha a agulha

É hora de recomeçar

A emendar tudo de novo.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 14/12/2020
Código do texto: T7135223
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