Sobre caminhos

Quando viajo gosto de abrir a janela do carro, colocar a minha mão do lado de fora e tentar acompanhar o ritmo do vento como se pudesse voar. Amo olhar as paisagens e as pequenas cidadezinhas que se veem ao lado das estradas, fico pensando sobre como será a vida das pessoas que vivem nessas cidades e sinto saudade de algo que não sei nomear.

Quando viajo quero captar a essência dos lugares, quero comer das comidas regionais, dançar as músicas que aí se dança, conversar sobre o que se conversa.

Ouvir as histórias, os sonhos, ver a esperança nos olhos das pessoas, a vontade de viver, seus medos, suas desgraças, suas paixões e seus arranjos na busca da tal felicidade me ajuda a movimentar e a seguir acreditando que há algo de sublime e belo nos seres humanos. E as imagens que percebo no decorrer dos caminhos se registram feito quadros, as árvores com galhos secos, a exuberância das montanhas, um rio que corre, um velho de chapéu e botinas caminhando com um saco nas costas, uma menina andando a cavalo, uma mulher que transformou seu trabalho em arte.

Quando viajo parece que não sou eu que passo pela estrada, é a estrada que passa por mim e assim se torna possível seguir levando comigo pequenos fragmentos do que embora não sabido já estavam em alguma história, cultura ou em mim.