Faxina interna
Dei uma geral no armário da excentricidade.
Comecei por rearrumar os meus guardados.
Reavaliei todos os meus planos embolorados.
E fui passando a minha flanela da vivacidade.
No compartimento doloroso das saudades,
Assustei-me com as aranhas em suas teias.
E fui limpando o pó da traça que as empesteia,
E enche a minha mente de inconformidades.
Pendurados nos cabides da minha polaridade.
Avistei os meus medos e meus enganos obstrusos.
Por entre as roupas e os acessórios já sem usos,
E joguei-os fora pra recuperar minha sanidade.
Quando cheguei à minha gaveta das ansiedades,
Descobri que foi ali onde guardei os meus desejos.
E ao olhá-los percebi que eram apenas veleidades.
E nas prateleiras reencontrei as minhas prioridades.
E as espanei para espantar os intrusos percevejos.
Das minhas memórias de amor e dias de felicidades.
Adriribeiro/@adri.poesias