DORAVANTE

DORAVANTE

21 de outubro de 2020 Academia Parnaibana de Letras

DORAVANTE

Wilton Porto

Há, em mim, um braço amigo, amável, acolhedor.

um espaço onde a ternura se faz abrigo e todo dia revela alegria e luz.

Aqui, quem se aquieta, vive feliz, não conhece tristeza e nem dor.

É o mundo da paz, onde só o celestial reluz.

O amargo dente do desprezo e da insensatez não se afigura.

Fagulhas de solidão, medo, incompreensão não povoam.

Os morcegos, os presságios, as desilusões – a noite escura…

Para um lago cristalino, onde tudo se purifica, essas adversidades se escoam.

Venha, ria o riso doce dos consagrados!

Os meus mornos braços – abertos – formam o Paraíso em eterna espera.

Não se sinta mais um bichinho entre armas – acuado!

Doravante, nada de espectro da sua vida! Pode dar adeus às quimeras!