Alma de Girassol
Nem fazia tanto tempo que ela caíra,
Dilacerando suas asas de calmo perdão.
Sem esperanças de um dia sair,
Daquela profunda abissal escuridão.
Enquanto ela descia em queda livre,
O sol tornava-se uma lembrança,
Do calor que lhe fazia tão feliz voar,
E suas asas esqueciam como brilhar.
Parecem tristes versos, sim, eu sei.
Mas, para curar-se é preciso doer.
Para viver, às vezes, preciso morrer.
Renascer é mais difícil que florescer.
Algumas tempestade veem para salvar.
A água fria vem lavar o sal das lágrimas.
Os raios iluminam na escuridão profunda.
E os ventos, para o alto eles irão te levar.
E depois da chuva lavar a alma da dor.
Depois que toda dor sarar e esvanecer.
Ficamos leves o suficiente para flutuar.
Até com uma leve brisa você pode voar.
Voar além do escuro abismo da solidão.
Flutuar a ermo na leveza da brisa fria.
Aquela que procede grandes tempestades.
Flutuar até pousar tão distante de tudo.
Suas asas dilaceradas na queda cruel.
Não podem mais voar e no sol brilhar.
Mas, para ela renascer é agora possível.
Renascer para novamente poder florescer.
É que ela sempre foi movida pelo sol
E na escuridão não podia mostrar seu brilho,
O brilho inefável de uma alma de girassol
Que esvaneceu para então renascer, florescer.
As asas já não faz mais falta para ela.
Renascida com pétalas amarelas,
Ela se ergue renascida para o sol,
Como um lindo e brilhante girassol.
Parecem tristes versos, sim, eu sei.
Renascer é mais difícil que florescer.
Mas enquanto sua alma for de girassol
Ela sempre saberá como brilhar!