AI! SE SÊSSE!…

 
Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dois se impariasse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué tulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?…
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!

 
 
Severino de Andrade Silva:
Mais conhecido como Zé da Luz, foi um alfaite de profissão e poeta popular brasileiro.
Nasceu na cidade de Itabaiana, Estado da Paraíba no ano de 1904.
Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 12 de fevereiro de 1965.
Publicava suas obras em forma de literatura de cordel.
Principais obras:
  • Brasi Cabôco (livro)
    A Cacimba
    As Flô de Puxinanã
    A Terra Caiu no Chão
    Ai! Se Sêsse!..
    Confissão de cabôco.
    Sertão em carne e osso.
    A terra caiu no chão.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 
 
Zé da Luz
Enviado por Altamiro Fernandes da Cruz em 26/09/2020
Código do texto: T7072484
Classificação de conteúdo: seguro