ELEGIA
Estava idealizando um pensamento,
Para pô-lo ao ar,
Para que quem o avistasse
(olhos tristes)
Não chegasse a chorar!
Nas areias, palavras escrevi e deixei
Para que tocasse o mar,
Com suas ondas ao outro extremo
(olhos sós)
Lhe pudesse chegar!
Mas, de quando em quando,
sobre estas mesmas águas contemplo
outras ondas, que são pensamentos
De um Amor perdido!
Que está, se sabe, esquecido
Entre o limo das pedras,
Oculto nas sombras.
Dissipando-se como as brumas
Que se perde no vento.
Restam perguntas às penas!
De quem se deixou?
De quem se perdeu?