Profundo
De olhos amendoados, e de olhar profundo;
Deixou-me atordoado, pronto acabou-se o mundo;
De pele morena macia, a voz é um açoite;
Lábios pequenos bonitos, cabelos como a noite.
E eu achando-me dono, do meu destino errante;
Do nada fiquei sem rumo, nem sei como explicar;
Como a tua presença pode me atordoar a sua própria maneira;
Bonita, cheirosa a garota faceira.
Como um navio sem porto, sem ter como descansar;
Eu estava quase morto sem ninguém para amar;
E do nada vem voce para me fazer viver;
Que Deus abençoe o que sinto e faça o mesmo com você.
Esse sentimento e tão puro que não espera nada em troca;
como qual a aurora chega e substitui a noite repentinamente;
sem o menor pudor voce chega e me toca;
Dona da minha esperança , meu destino eminente.
Como sonhar, como querer aonde achar como viver;
Tantos são os caminhos tantas são as razões;
São tantos desatinos tão poucos corações;
Que quando era menino vivia de ilusões.
Quem passou pela vida em branca nuvens;
E adormeceu em repouso plácido;
Quem não sentiu o frio da desgraça;
Quem vive e não sofre;
Será espectro não ser completo;
Só passará e não viverá.
Quem sou eu além daquele que fui?
Perdido entre florestas e sombras de ilusão
Guiado por pequenos passos invisíveis de amor
Jogado aos chutes pelo ódio do opressor
Salvo pelas mãos delicadas de anjos
Reerguido, mais forte, redimido,
Tenho dito, anjos salvei
Por justiça lutei
E o amor novamente busquei
Quem sou além daquele que quero ser?
Puro, sábio e de espírito em paz,
Justo, mesmo que por um instante,
Forte, mesmo sem músculos,
E corajoso o suficiente para dizer “tenho medo”
Mas quem sou eu além daquele que aqui está?
Sou vários, menos este.
O que aqui estava, jamais está
E jamais estará.
Sou eu o que fui e cada vez mais o que quero ser
Mudo, caio, ergo, sumo, apareço, bato, apanho, odeio, amo…
Mas no momento seguinte será diferente
Posso estar no caminho da perfeição;
Cheio de imperfeições;
Sou o que você vê…Nubia um homen a beira do limiar de estar feliz.
Ou o que quero mostrar.
Mas se olhar por mais de um segundo,
Verá vários “de mim”,
Eu o que fui, eu o que sou e eu o que serei.
Humano e sofrido a beira da morte em vida e as fronteiras do paraíso quando em sua compania.