CESTINHA DE PÃO

CESTINHA DE PÃO - João Nunes Ventura

Não morra menina é cedo ainda

Não sofra não chore seu coração,

Embora simples a minha palhoça

É o meu abrigo – onde tem o pão.

A flor perfumada vem do jardim

O sol quente se espalha no chão,

Sempre eu pensei a ti oferecer

Calor do abrigo – e fatias de pão.

No lencinho branco que eu te dei

Não molhe ou enxugue a solidão,

O livre agasalho que eu oferto a ti

Sombra no abrigo – e bolo de pão.

Minha morada é alegre e cheirosa

Onde a tarde faço a minha oração,

Aroma vem nos aromais das flores

Lá no meu abrigo – delícia de pão.

Eu a vejo triste e bela a caminhar

No peito suspiro e tamanha aflição,

A minha mão amiga a lhe convidar

Água em meu abrigo – doce de pão.

Quem sabe um dia você se recorde

Dos felizes tempos lá no meu sertão,

Você aos necessitados distribuindo

No saudoso abrigo – cestinha de pão.

João Nunes Ventura
Enviado por João Nunes Ventura em 02/08/2020
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