VEM
Não te demores tanto,
A tarde cai rápido
E a noite fria chega, de ímpeto,
Gelando-me a alma
Na solidão escura que envolve e dilacera.
Vem, sem mais delongas,
Pois a vida escorre por entre os dedos
E quando se nota, já se foi.
Agiliza os passos na estrada
Que o olhar te busca e espera
Quero sentir um frêmito de
Encantamento e êxtase
Ao vislumbrar-te a silhueta no horizonte.
Nós nos sentaremos à beira da fogueira
E ouviremos o canto do curiango
Lá na mata à beira do rio;
Falaremos das estrelas e pirilampos
À luz do fogo e do luar.
E o firmamento todo a nos preencher
Os dias passados em vão.
Vem, que ainda há tempo,
Ainda podemos viver o verde
Que envolve e faz volitar
Como andorinhas em pleno verão.