LABIRINTO

Hoje eu queria sonhar

Sonhar qualquer coisa

Que me fizesse abanar

E quebrasse a rotina

E a monotonia dos meus dias

Preenchesse o vazio

Que teima em ficar vazio...

Esforço-me

E não consigo mover-me um milímetro.

Estou devastada pelas comportas

Que fecharam as aberturas

Do labirinto

Onde o meu pensamento

Se habituou a correr.

Receio que a força

Do pensamento aprisionado

Rebente os diques

E provoque a devastação

Na área circundante.

O pensamento também sofre

Com o efeito impactante

Da onda negra que galga o mundo.

O pensamento é a condicionante

Do viver condicionado

Pelos condicionalismos

Impostos por necessidade maior.

Eu sou aquilo que penso

Logo, eu sou o pensamento.

Nós somos o pensamento.

Até quando

Seremos obrigados a viver

Dentro desta camisa de forças?

Quando seremos devolvidos á liberdade?

Não me parece que seja em breve.

Para bem da nossa sanidade mental,

Alcandoremo-nos na fé e na esperança.

Este pesadelo vai acabar

Afinal

Nada dura para sempre!

©Maria Dulce Leitao Reis

28/07/2020

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 30/07/2020
Código do texto: T7020960
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