Percebo
Percebo
Logo que olho pra mim percebo.
Uma força no sonho.
Um fraco medonho.
Uma capacidade singular.
Um fracasso a chorar.
Vejo uma luz.
Vejo a escuridão.
Vejo o medo.
A coragem do enredo.
Aquele cachorro acuado.
Aquela flor no asfalto.
Brota com ousadia solitária e nunca regada.
Sou eu que quero e peço o melhor do espírito.
Clamo e suspiro.
Porém magoo os ensinamentos.
Sou pecado por dentro.
Sou aquele que priva se da caminhada.
Não entende que a lua pode ser telhado e as estrelas um candeeiro.
Sou eu que perco para o medo.
Sou eu refém do dinheiro.
Não reconheço a beleza na negra mais bela.
Aliás não entendo de luz.
Permito que o mundo me seduz.
Viajo no pensamento.
Deliro.
Machuco minha alma.
Não agradeci o pão.
Duvido do meu pedido de perdão.
Sou uma galáxia de pó.
Sou um montante de cordas em nò.
Eu me defino refém, réu culpado.
Não consigo escapar da jaula.
Condenado e engaiolado.
Pelo medo alojado.
Como vejo o vento no meu rosto diante do rio.
Mas o meu desafio.
É construir eu.
Com materiais descompassado.
Com a engenharia do passado.
Construir uma liberdade do eu aprisionado.
Construir o alicerce sem ferramentas.
Estruturar uma parede sólida sem possuir o concreto.
Talvez seja debaixo dos céus e no ar disponível que tudo será possível.
Adornar uma liberdade.
Desafiar eu.
Construir eu.
Tudo que posso fazer é abrir a porta da verdade.
Sair eu.
Entrar um espírito de vida, ainda que um construtor amador como eu tente.
Seja loucura.
Seja eu sanidade.
Que o livrio arbítrio deseja a responsabilidade.
Mas possa ser que meu livro Seja só poesia e fantasia da minha intimidade.
Giovane Silva Santos