Liberdade


Vejo a flor através da grade.
A menina, quase mulher, também a vê.
A vontade de possuí-la nos invade.
Se conseguiremos, nos livraremos dos preconceitos.
Na liberdade sadia de um grande amor.
Minha mão treme; e ela a comprime com as suas;
Que tremem ainda mais.
Depois o inevitável...
Alguém pula e carrega a flor.
Não vejo mais a menina.
A flor? Algum hipócrita a jogou mais adiante.
A grade é mais alta agora.
Muitos pulam e não confessam
Outros desejam, e negam.
E há ainda aquela menina que pulou
E seu companheiro a deixou só.
Irremediavelmente só, com a flor já desfolhada.
Mas não há frustração e sim um ideal,
O da liberdade da matéria e do espírito.
E por sua mão menina, hei de pular a grade.
E gritaremos ao mundo: Liberdade!... Liberdade!