UM PEDAÇO DE CÉU
O homem desce a montanha
Lá longe uma chaminé fumega
Na panela o cozimento da fadiga
As crianças de olhos estatelados
Do pouco só querem um pedaço
O solo agora é um útero estéril
Da semente cravada nada germina
O vale não é capaz de amamentar
Os poucos filhos que sobraram
O homem desce a montanha
Raros calangos atravessam o caminho
O sol se esconde de tão envergonhado
Por ter feito minar tantas lágrimas
As sombras se diluem na escuridão
A noite tem um sabor de vazio
As corujas atentas apenas espiam
Os vestígios da nossa civilidade
O homem desce a montanha
Trazendo no bolso um pedaço de céu
Para transformar o deserto em jardim
É o que Deus ainda tem para oferecer
O homem desce a montanha
Lá longe uma chaminé fumega
Na panela o cozimento da fadiga
As crianças de olhos estatelados
Do pouco só querem um pedaço
O solo agora é um útero estéril
Da semente cravada nada germina
O vale não é capaz de amamentar
Os poucos filhos que sobraram
O homem desce a montanha
Raros calangos atravessam o caminho
O sol se esconde de tão envergonhado
Por ter feito minar tantas lágrimas
As sombras se diluem na escuridão
A noite tem um sabor de vazio
As corujas atentas apenas espiam
Os vestígios da nossa civilidade
O homem desce a montanha
Trazendo no bolso um pedaço de céu
Para transformar o deserto em jardim
É o que Deus ainda tem para oferecer