Esperança
Esperança
Olhos abertos, é novo dia!
Vendo o que vem, outra vez se esqueceu.
O ontem já não é, está calado.
Mãos destemidas, o arado, a terra dura,
o horizonte lhe esquece os gemidos;
busca na alma a semente do fruto pretendido.
O suor rega os canteiros do destino;
a flor que se abre premia-lhe o sacrifício;
alegre, sorrindo, outra vez repete a sina;
o entusiasmo enturva-lhe a vista,
estende a mão e sente o espinho;
a noite volta, os olhos fecham;
no silêncio, urdem-se as teias da ilusão,
preparando o despertar que há de vir.
JV do Lago